sexta-feira, 12 de junho de 2015

#Artes Visuais #TCC

RESUMO

Esta pesquisa investiga se a aplicação da metodologia da abordagem triangular, em um grupo de pessoas com profissões e formações desvinculadas da arte, é eficaz para despertar o interesse pela experiência estética e para mudar os paradigmas a respeito da importância da arte no desenvolvimento humano.

PALAVRAS-CHAVE

Arte - Sensibilização – Leigos - Abordagem triangular – Experiência estética

INTRODUÇÃO

Minha pesquisa versa sobre aplicar vivências e metodologias em um grupo de pessoas apáticas em relação à arte, pessoas com interesses aparentemente muito distantes da busca pela experiência estética e verificar se, neste grupo, as atividades escolhidas serão eficazes em despertar o interesse e o gosto pela arte, fazer com que a sua importância seja compreendida e trazer o pleno entendimento de que todos podem ser artistas.

Na literatura e em textos de trabalhos acadêmicos encontramos exemplos de educadores-artistas que bem se utilizaram, para diversos fins, da metodologia e da experiência das pesquisadoras-educadoras Fayga Ostrower e Ana Mae Barbosa.

De forma semelhante também eu me ocupo em promover o contato com imagens, com a história da arte e a participação em vivências artísticas, pautadas no fazer e no refletir, que é a metodologia da “abordagem triangular no ensino das artes” preconizada por Ana Mae Barbosa; e aplicar em um grupo de pessoas com pouco ou mesmo nenhum contato com a arte, em condições próximas das que encontramos na obra “Universos da arte” de Fayga Ostrower, com seu curso de artes para trabalhadores. Sendo estas, portanto, minhas principais fontes bibliográficas.

O tema da pesquisa surgiu da reflexão sobre o rumo das minhas escolhas de vida, ou seja, começou com a constatação das mudanças que o aprendizado da arte operou no meu projeto de vida e da sua importância como autoconhecimento.

Minhas graduações foram em outras áreas do conhecimento, pois eu nunca tive interesse pelas artes, mas os anos de trabalho estressante, em área financeira, com metas, prazos e opressão, trouxeram princípios de enfermidades diversas e indicavam a necessidade de uma mudança de rumo, de novas perspectivas e o desenvolvimento de outras facetas.

Resolvi estudar assuntos em nada parecidos com as habilidades que vinha desenvolvendo, ingressando em alguns cursos livres, que me proporcionaram um despertar artístico e com isso, todo um universo de novas possibilidades se abriram diante de meus olhos.

Então, por experiência pessoal, posso afirmar que o conhecer e o fazer artístico são essenciais ao desenvolvimento humano. Mas, na maioria das pessoas, eu percebo que elas ainda tomam, como principal na vida, o obter ganhos financeiros, a profissão técnica e o amealhar bens econômicos.

O entendimento geral das pessoas sobre artes visuais é muito raso. Arte para a maioria é entendida como sinônimo de lazer, de passatempo, de complementação de renda e, para estes, a arte pode ser descartada ou deixada de lado em prol de algo considerado mais importante, algumas chegam mesmo a desconsiderar arte como trabalho e necessidade.

Então, como sensibilizar para a arte, pessoas comuns que, sabidamente, tem este entendimento? E, estas pessoas, sendo despertadas como passarão a ler o mundo pessoal e ao seu redor? Que outras consequências ou significados podem ser observados? Encontrar respostas para estas questões é o que pretende esta pesquisa.

Para esta finalidade, a arte-educadora Ana Mae Barbosa sugere uma abordagem triangular; ou seja, ela entende que pela leitura de imagens, contextualização e produção artística o gosto pela arte pode ser despertado, compreendido e desenvolvido; e assim, nesta pesquisa, utilizo esta concepção triangular do “conhecer-fazer-refletir” sobre arte, como instrumento metodológico.

Escolhido o tema, passei a procurar o meu público alvo: pessoas comuns, com profissões e formações desvinculadas da arte e, com vistas a um convite para as vivências, seguiram-se conversas informais e pude observar, mais apuradamente, o modo de pensar, suas convicções sobre arte e os planos pessoais dos potenciais participantes.

Decidi trabalhar com um grupo familiar que sempre se reunia aos sábados, o que facilitou a abordagem. E tivemos a aplicação das metodologias e atividades escolhidas, com este grupo, constituído por adultos já formados profissionalmente, com exceção de uma criança que está nos anos iniciais do ensino fundamental.

Quanto ao relato do desenvolvimento desta pesquisa, apresento, na primeira parte, as ideias colhidas na literatura e em publicações de trabalhos acadêmicos sobre o tema da pesquisa, que foram norteadoras das práticas.

Na etapa seguinte temos o relato dos encontros: o que foi proposto, como atividade artística aos participantes e como foram aplicadas e desenvolvidas; e também as reflexões trazidas pelos participantes.

E após, apresento os resultados observados no grupo quanto à mudança de entendimento da arte, se houve o desenvolvimento da sensibilidade; a descoberta de novas possibilidades ou rumos, a evolução na expressão; mudança de modelos de perfeição e beleza; valorização do mundo da arte; mudança do olhar e autoconhecimento.

Por fim, trago as minhas reflexões finais e uma comparação entre os objetivos iniciais e o que a pesquisa atingiu através da observação deste grupo de pessoas que não teve a oportunidade de ter um melhor contato e aprendizado com a arte nos tempos da escola.

BIBLIOGRAFIA

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 2004.

BARBOSA, Ana Mae. CUNHA. Fernanda Pereira da. A abordagem triangular no ensino das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010.

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

OLIVEIRA, Jô. GARCEZ, Lucília. Explicando a arte: uma iniciação para entender e apreciar as Artes Visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

OSTROWER, Fayga. Acasos e criação artística. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte: edição comemorativa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.


PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação, 2011.

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